Inebriante Solidão

Mais alto, mais intenso,

A cada instante o silêncio

Sobrepõe-se empunhando versos,

Grafias de um Menestrel além do visionar,

E pelas pautas uma legião de sentimentos!

Através do granizo repicando no zinco,

O perfume da renovação me entorpece

Ao caminhar pelas planícies brancas,

Colhendo saudade, melodias transcendentais

Que movem moinhos, leques do abecedário!

Absorvido pelo desejo,

Deixo-me levar com a oração junta a nave

Rumando ao norte, ao que flama sereno

Há muitos poemas sangrados d’alma,

Até o coração inebriado pela solitude!

À noite já tece seus mandamentos

Trazendo a garoa fina molhando calçadas,

Regando o verde, o colorido dos ipês

Que também cantam suas canções de amor,

Regidas pelo maestro vento, amigo de todo sentir!

Auber Fioravante Júnior

30/03/2012

Porto Alegre - RS