Inédito dia

A manhã vai chegar impunemente

Eis que do breu nasce a claridade

Aos poucos, de forma cinza e doída

Clareando os cantos enigmáticos

Estreitando o mistério na lembrança

E a manhã morna, tenra e cética

Se instaura de forma infectocontagiante

Pois então o passarinho canta,

O galo gorjeia e os barulhos urbanos

fazem a cidade voltar a mais uma

Normalidade de um dia…

As janelas se abrem, os olhos se abrem

O corpo acorda para a mente ainda sonolenta

E, assim, entre sensações palpáveis e

imaginação

Arquitetamos a ginástica do primeiro passo.

Caminhamos como um equilibrista

Entre o real e o provável

Entre o aberto e o fechado

E nesse instante, logo após

o parto matutino

descobrimos um sol tímido e

acanhado

E as folhas de outono que varrem

o chão ruidosamente.

O mundo finalmente se abre

Para um novo e inédito dia.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 30/03/2012
Código do texto: T3584107
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