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No Meio Da Noite




No meio da noite
Chibatas, açoites
Assolam as almas
Despidas da calma


Chibatas, açoites
No meio da noite
Despem a calma
Das frágeis almas


Sedentas de amor
Entregam-se a dor
Empurram o existir
Sem nada por vir


Desnudas do abraço
Revelam o cansaço
Nos olhos perdidos
Em meio a rotina


Mal que aniquila
No meio da noite
Desejos calados
Amores vadios


Sem brio ou postura
Engolem a tortura
No fel do silêncio
Expelem amargura


Escalam desejos
Projetam imagens
Cheiram vadiagem
Existir  miragem


Serpenteia o cio
Na teia cinzenta
Pios  agourentos
Esfacelamentos


No meio da noite
Trevas alagam
Corpos perdidos
Almas  vazias


Lustros da lua
Acendem as ruas
No meio da noite
Das almas nuas




(Ana Stoppa)



Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 29/03/2012
Reeditado em 29/03/2012
Código do texto: T3583335
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