A NOITE E A VELA
 
LÁ FORA SÓ SE ENCONTRA A BRUMA E A CALMA,
RETRATOS QUE ESTÃO NA ESCURIDÃO,
E NUM SILÊNCIO QUE SACODE A ALMA,
ATADA ÀQUELE CORPO NUM BASTÃO.
E A VELA QUE REPOUSA NUMA PALMA,
NA MESA DEIXA UM DOCE CLARÃO.
 
A NOITE NEGRA ESCONDE A BRAVA FAUNA,
QUE RUGE, AO LONGE, NESSA VASTIDÃO,
NA CASA ESCURA NÃO SE VÊ VIVALMA,
E O BARDO CURTE A SUA SOLIDÃO,
A PENA QUE SE ENCONTRA NOUTRA PALMA,
LHE NEGA MESMO UM SÓ SIMPLES BORRÃO.
 
DO CORPO SENTE ESCORRER A ALMA,
QUE AOS POUCOS PINGA RUBRA PELO CHÃO,
A DOR DO CORPO JÁ LHE RASGA A PALMA,
POIS FOI LHE RETIRADO O GALARDÃO,
AGORA SÓ A MORTE O ACALMA,
E A LUZ DA VELA AQUECE O CORAÇÃO.


Regina Madeira 
"IMAGEM DO GOOGLE"
 
 
Regina Madeira
Enviado por Regina Madeira em 26/03/2012
Reeditado em 08/05/2018
Código do texto: T3577296
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.