ANGÚSTIA
Quando a solidão afia as garras
Quando ela entala um nó na garganta
Quando o silêncio fala mais que a própria fala
E seu grito mordaz ecoa sem ninguém saber.
É como uma dor que dilacera a alma
Sem que se possa estancar o que a faz doer
Ela se faz presente na ausencia calma
E corrói a estrutura dentro de meu ser...
A angústia dessa solidão alicia
Regala-se dos sonhos e das ânsias.
Rasga meus versos, estraçalha a poesia
A lua sabe que falta alguém aqui...
A noite se veste de negro pranto
E a angustia se pinta de luar
Nas têmporas uma fonte de ausência
Que insiste em rolar sem contenção
Em gotas de sangue até beijar o chão...
A solidão súbita e voraz e traiçoeira
Cruel alimenta-se de minhas ânsias,
Deleita-se de mim inteira
E rindo, dança sobre meus pesadelos...
Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 15/03/2012