Uma fração do que resta de mim.

Olha-se no espelho

e mal consegue ver

a pequenina de cabelos negros

(que sorria tão sem medo

da vida, do tempo, do nada).

A menina

— que costumava admirar a Lua —

lhe sorri

e agora parece cruel

não poder retribuir.

Sente falta dos passos tão curtos

tão sem pressa

e orgulha-se apesar disso das pernas agora longas,

da memória que resta da pequenina

que nada temia.

Vê-se agora bela mulher

que não teme espelhos mas

tem um mundo inteiro para

redescobrir (o que a leva a tantos outros medos

e ao início desta mesma história).

Wanda Dias
Enviado por Wanda Dias em 11/03/2012
Reeditado em 22/01/2013
Código do texto: T3548718
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