Homem enjaulado
O homem enjaulado urra
Só, mas os fantasmas o acompanham
E no abismo do desespero faz jura
Mas eles o condenam
Puxam e lhe afogam
Tenta gritar, mas o ar lhe escapa
Então urra, luta e espuma
Enjaulado, arranha, morde e explode
A cabeça na fria parede
De sua solitária jaula
Cansado abre suas veias
E o sangue numa doce brisa
Leva suas forças
O homem enjaulado definha
Já não tem forças para morte digna
O homem enjaulado e esquecido
No seu próprio mundo
Sente o quente laço
Que como um carrasco
Ele mesmo preparou
E como sua vida se finda
Mais alto ainda
Como uma fera urrou
E mansamente morre esquecido
O adulto parido
Que sem sentido fracassou
(amos)