UM PESAR SILENCIOSO

Carrego no olhar um pesar silencioso.

Não sou melancólico nem risonho.

Sou uma dor que possui perna e

que se lançou na arena da vida...

Carrego no olhar um pesar silencioso.

Carrego sobre os lombos o passado

e o presente. Trago-os atrelados

no alforje dos meus desenganos.

Carrego no olhar um pesar silencioso.

O mais terrível é ter de enfrentar

o outro de mim que há em mim.

Um fraco que se finge intenso!

É por este duelo interno que carrego

no olhar um enorme pesar silencioso.

Como dissimular os meus medos

na hora de batalhar bravamente?

Aonde esconder os meus temores

dos meus muitos admiradores?

Daqueles que me consideram

um homem forte e audacioso!

Carrego no olhar um pesar silencioso.

Coseu-se em mim essa aflição.

Deve ser alguma experiência

científica que logo se findará.

Carrego no olhar um pesar silencioso.

Quem me vê nem percebe o peso que

trago nos ombros. É que aprendi bem

a colorir o desbotado que a vida tem!

Carrego no olhar um pesar silencioso...

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 06/03/2012
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