Meu Fim

Odiado, pobre e só

Sôfrego digno de dó

Totalmente na pior

É assim que terminarei

Não tenho nenhuma esperança

Em ter meus sonhos de criança

Os quais trago na lembrança

Realizados, eu sei.

Não pensem que eu sou mal

Por meu dizer ser um punhal

Que entra na alma de um tal

Fazendo esse tal gemer

Quando me ponho a falar

Dos que vivem a pecar

Contra toda lei que há

Começam logo a tremer.

Sabem que não tenho pena

De quem busca entrar em cena

Agindo como uma hiena

Que mata, dilacera e ri.

Acha graça do malfeito

São tantos os seus defeitos

E tudo o que acha de jeito

Dá um jeito pra tomar pra si.

Por ser forte e destemido

Não temer nenhum perigo

E minha voz como um estampido

Pros quatro cantos voar

Os tantos que tem rabo preso

Sentem por mim grão desprezo

Desejam ver-me a esmo

Sozinho no mundo a vagar.

Bem sei são muitos; sou só.

E aqui neste cafundó

Vivo esperando o pior

Pois o bem é o que não vem

Minha luta é somente minha

Contra essa gente mesquinha

Que se juntam se apadrinham

Pra dar cabo de outro alguém.

Assim só conto comigo

Nas agruras nos perigos

Não espero por amigos

Que possam me socorrer

Tampouco tenho a ilusão

De um companheiro um irmão

Na hora da aflição

Chegar e me socorrer.

Ver as coisas como eu vejo

Velejar no mar que velejo

Transforma nossos desejos

Em fatos deveras reais

Pois só desejar é pouco

Quem quer e nada faz é louco

Vou gritar até ficar rouco

Minhas verdades cruciais.

Allan Johnny
Enviado por Allan Johnny em 29/02/2012
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