EPANÁSTROFE RESSONANTE

RESSONÂNCIA

( poema em epanástrofes)

Jorge Linhaça

Ouço os ecos do meu passado

passado que me acompanha

acompanha cada passo dado

dado o passado com manha

Manha passada em compasso

compasso que me circunda

circunda-me o descompasso

descompasso que abunda

Abunda o ansiar à felicidade

felicidade assim tão almejada

Almejada como uma realidade

Realidade que me salvaguarda

Salvaguarda em pesares e dores

dores vívidas da cruel decepção

Decepção de passados amores

amores esses que me vem e vão

Vão que se abre em minh'alma

Alma que jamais se cicatriza

Cicatrizes da falta de calma

Calma que no amor agoniza

Agoniza com tal força bruta

bruta força com tal constância

Constância essa ininterrupta

ininterrupta nessa ressonância

Arandú,23/05/2005