= Solidão =
São luzes que vejo
Pequenas fagulhas
Sem carinhos
Sem destinos
Balançando ao relento.
São pequenos fraguimentos
Reluzentes, remanescentes
Das esperanças vãs.
Vida e sonhos abalados
Rompe-se os grilhões
Que os unem
Roubando a paz
Deixando em xeque
A felicidade.
E eu, como um pobre timoneiro a deriva
Ouço da solidão o silêncio
No mar impar de minha vida.
Balanço na maré
De um vento inconseqüente.
À gélida brisa
Busca meu corpo
Contorço-me
Esforço-me
Volto, procuro novamente a vida.
Tonho Tavares