Poema meu Calvário

Meu poema é fraco

Tão fraco que da sono

E faz fraquejar o próprio dono

Meu poema não é macio

É um imenso vazio

Bem no centro do nada

O poema meu

É o mar bravio

Imaginário

É chuva que faz enxurrada

Na noite escura como breu

É um poema (do) bárbaro

Feito com retalho

Que na noite preparo

Como o leve toque do orvalho

-O poema meu calvário-

Agora é minha salvação

Da negra peregrinação

Que faço, na semana

(ninguém me engana)

Poema doce bebida

Servido na taça

Bebida da (des)graça

Mas sem poema

Não há um eu

(Não há um você)

Não tem noite

E não tem dia

Não tem morte

Não mais vida

Pois não há quem os crie

Sem poema

Nada mais existiria

-poema meu calvário-

(amos)

Amos
Enviado por Amos em 26/02/2012
Código do texto: T3521940