BALADA DA SOLIDÃO
Quando a solidão te visitar dá-lhe guarida.
Recebe-a como se fosse uma velha amiga,
Puxa uma cadeira e serve-lhe uma bebida.
Trate-a bem como se fosse uma rapariga,
Dessas que vemos nos locais onde a vida
São gastas como moedas obtidas sem suor.
A solidão é voraz como uma mulher perdida,
Que é assim porque nunca lhe foi oferecida,
Um!outra forma de viver, ou coisa parecida
Onde pudesse ser bem vinda e até querida,
Sem ser vista como uma hétera apodrecida,
Que não tem moral e ama a todos sem amor.
Ela é como essas donas que chamamos putas
Rameiras, perdidas, vadias, reles prostitutas,
Mas que no entanto, tem uma orelha enxuta,
Para ouvir o lamento da alma tosca e bruta,
Que não tem ao seu dispor uma boa escuta,
Para dar lastro à vida e aliviar o peso da dor.
A solidão é franca e jamais recorre à ironia,
Detesta a farsa que promove a falsa alegria,
Nunca se permite conviver com a hipocrisia,
Não é indiscreta, pois que sempre se anuncia
E acaba sendo de fato uma boa companhia,
Se a ilusão se perdeu e se quer novo valor.
Assim, que seja bem vinda a solidão amiga,
E quando ela chegar, se puder que te diga,
Porque teu coração vive sempre nesta briga;
Quer estar com alguém, mas odeia investida,
No espaço inviolável em que sempre se abriga
Essa parte que tu chamas Alma ou Eu Maior.
Quando a solidão te visitar dá-lhe guarida.
Recebe-a como se fosse uma velha amiga,
Puxa uma cadeira e serve-lhe uma bebida.
Trate-a bem como se fosse uma rapariga,
Dessas que vemos nos locais onde a vida
São gastas como moedas obtidas sem suor.
A solidão é voraz como uma mulher perdida,
Que é assim porque nunca lhe foi oferecida,
Um!outra forma de viver, ou coisa parecida
Onde pudesse ser bem vinda e até querida,
Sem ser vista como uma hétera apodrecida,
Que não tem moral e ama a todos sem amor.
Ela é como essas donas que chamamos putas
Rameiras, perdidas, vadias, reles prostitutas,
Mas que no entanto, tem uma orelha enxuta,
Para ouvir o lamento da alma tosca e bruta,
Que não tem ao seu dispor uma boa escuta,
Para dar lastro à vida e aliviar o peso da dor.
A solidão é franca e jamais recorre à ironia,
Detesta a farsa que promove a falsa alegria,
Nunca se permite conviver com a hipocrisia,
Não é indiscreta, pois que sempre se anuncia
E acaba sendo de fato uma boa companhia,
Se a ilusão se perdeu e se quer novo valor.
Assim, que seja bem vinda a solidão amiga,
E quando ela chegar, se puder que te diga,
Porque teu coração vive sempre nesta briga;
Quer estar com alguém, mas odeia investida,
No espaço inviolável em que sempre se abriga
Essa parte que tu chamas Alma ou Eu Maior.