Quando podemos gritar “por favor, não me deixes”.
Todos precisam de um tempo sozinhos.
Precisamos de um tempo diante do nada,
Esquecer a matemática, dar um foda-se na física e um basta naqueles momentos monótonos.
Abrir a mente, olhar a escuridão e apenas refletir na sua imagem e semelhança.
Como se tu gritasses para o mundo ”por favor, deixa-me sozinho”.
É como quando estás naqueles dias em teu quarto e entra a pessoa que tu mais amas, a tua mãe e abre a porta,
E tu dizes: Que saco, caralho, deixa-me!
Mas é o momento que queres ficar são, quando queres esquecer da mente, do equilíbrio corporal e das tempestades habituais.
Aquele tempo de refletir e tentar se manter vivo num jogo da vida.
Como se soubesses que cairias; tanto faz o lado, mas cairias.
Talvez gritasses para o mundo “por favor, dá-me as mãos”.
Mas como se o mundo te ignorasse e a tua mãe não entrasse mais no quarto, ela partiu.
E, quando olhasses para o tempo habitual, verias que aqueles segundos diante de um temperamento egoísta foi o último contato.
Como se soubesses que essa hora chegaria, mas não desses importância.
A preponderância de achar que estás sempre certo, mas, quando muitas vezes, estás errado em tudo que te aflige e te esgota.
Como se achasses que és dono do mundo, se tens uma carteira registrada de um profissional nessa esfera.
É como um viciado que se arrependesse, mas depois do que fez.
Mas o tempo não volta, apenas acumula a bola de neve.
Como quando damos a mão a uma criança e ela solta, achando que é adulta o suficiente.
Mas a maior liberdade é quando podemos pegar na mão de alguém e não soltar nunca mais.
Quando podemos gritar “por favor, não me deixes”.
Renato F. Marques