::: FRAGMENTOS :::
Pense! Pense! Pense! Pense...
Onde estão as palavras para decifrar o que sinto?
Talvez, estejam dormindo no leito da inspiração,
Porém, eu preciso delas para agora!
O meu peito é rebelde demais para esperar
Quando o mundo cabe na minha respiração.
O meu cálice de amadurecimento é tomado diariamente,
E por isso, perdi-me tentando escrever uma epopéia
Quando um haicai era mais do que suficiente
Para expor o meu sonho:
- Ser feliz!
Observo meus fragmentos no espelho e vejo que
Eu não tenho nada, a não ser
Um velho pote de lágrimas vazio...
E assim, a noite é o berço da minha imaginação
Que no silêncio da madrugada, a loucura
Até me parece uma doce melodia.
As palavras fogem em versos distorcidos e possuídos
De sua fisionomia metamórfica
Como a quimera incontida da insanidade.
O sonho, ainda distante, me tira o sono
No pesadelo antagônico da existência
E joga-me a viver diante de medos e mentiras.
O meu pote continua vazio e a minha poesia não existe.
Tenho úlceras acobertadas pelo manto de frieza,
Disfarçadas pelo riso da solidão
E alimentadas pelos amores jamais vividos.
Vem, que de certo, há no nada
Uma poesia a ser escrita por sonhos.
No silêncio eu encontrei as respostas
Das perguntas praguejadas nos dias de guerra
E ouvindo o silêncio da noite, vejo na escuridão
As nuvens que cobrem o luar;
Assim como a dor que sufoca minha felicidade.
Mas de todos os feitos, isto, ainda não será poesia.
Hão de serem pequenos gritos famigerados
Ou ainda o lençol que adormece meu sonho em melancolia;
Mas não é Poesia, pois a poesia ainda espera se escrita.
Da mesma forma que ainda espero ser amado.
Vem, juntem-se, meus fragmentos
E no sangue desta caneta puída libertem-se
Na desinência ou nos afixos deste verbo indolente.
Vão, meus fragmentos, buscar o refúgio que a humanidade esqueceu.
Que sendo um verbo conjura ação,
Mas que entre a humanidade conjura um estado:
- Morto...
Ainda sim, vão velar (meus fragmentos) e tenham fé
Que, talvez, ressuscite para humanidade
A resposta que encontrei no silêncio:
- Amor!
Vem O Poeta, O Homem, O Advogado e A Criança
E nos seus postos amem como são,
Porquanto espero dormir e calar outro verbo:
- Dor...
Autor: Ygor Pierry - SP 12/02/2012