NINHO ROUBADO
Eu não sou dona do meu destino;
Se quer possuo os pés ao chão.
Sou na verdade um desatino;
Um sólido misto de sim e não.
Sou como aves, tenho asas;
Meu pensamento não alcanço.
O peito ferve, é tanta brasa,
Que a todos causo certo espanto!
Não fosse o caos da minha vida,
Não fosse o excesso de partidas,
Eu ria só, sem ter saudades...
Mas vivo aqui no meu mundinho,
Tal qual filhote sem ter ninho
Que alguém roubou, só de maldade!