Apatia
Solidão, és meu Castelo, Fortaleza, Refúgio, lugar que me pertence e no qual habito, sentimento que me domina e me completa; desesperança, dor, medo, razão que se esvai, escuridão que se aproxima, matando toda a beleza, toda a cor, toda a rima, trazendo a loucura de pensamentos vãos e inúteis, mas fortes o suficiente a ponto de provocarem o mal absoluto, de corromper tudo o que existe, até mesmo as semente de esperança e consolo, de amor e ternura . .
Pranto, Dor, Lamento e Amargura, quarteto singular e profano, grupo de tortura e desencanto, ardor de tormento e lamúria, esgar de cólera e aura de engano, tirando a vida em segundos, matando a alma por anos, secando a fonte da vida, e da morte aumentando os campos. . .
Cacos, Pedaços, Porções, Coração jogado ao vento, no peito um buraco baldio, preenchido com esquecimento, renovado em fastio, fé abalada na dor, mente presa em um mundo vazio, beirando um abismo assolador, seguindo o curso de um rio, rio que já secou, leito rachado e luzidio. . . . . . .
Buraco Negro Infernal, Abismo que a tudo engole, Face oculta do mal, matando a Mãe e sua prole, de seu centro só trevas irradia, transformado beleza em feiúra, coragem em covardia, aumentando o bando de fracos, com o esforço que o forte fazia, rindo do esforço humano, tornando tudo Apatia . . .