Confissões
Como um instrumento,
Abro-me em lamentos à noite
Já quase erguida sobre as pautas
Ainda vazias, num alvo devaneio silencioso,
Feito flor brotando do botão...
Neste momento,
O pranto é o meu maestro, semeando
Em pequenas lacunas mais uma oração,
Dirigida à poesia incomum, ao olhar,
Ao escrever o confesso d’alma!
A canção soa baixinho,
Construindo linha por linha,
Induzindo na fragrância das palavras
Toda a magia das nuvens noturnas,
Que chegam trazendo estros da lua esperança!
Pela introspecção do desejo
A saudade vem fechando meus olhos,
Fazendo-me sonhar, sorvendo da estrela
Um gole que no lábio ficou
E o abraço ensejou o poema pelas mãos!
Auber Fioravante Júnior
06/02/2012
Porto Alegre - RS