Minha Companheira
Oh alma minha ferida
Venha até mim mais uma vez,
Pois só tu és minha companhia
Nos dias de dor e desespero.
Venha alma desalmada
Onde ninguém mais pode sondar,
Onde os dias são outonos eternos
E as noites sempre inverno.
E só a ti, alma calada,
Eu posso desabafar meu sofrer
E despejar em seus ombros curvos
O rio de lamentos
E o vale da solidão
Que tenho aqui cravados em meu peito,
Pois não cabem mais em mim.