Solitário por natureza.
Andando pelas ruas sem jamais enxergar alguém, nem a mim mesmo.
Esse sou eu: solitário por natureza.
Não enxergo a beleza, apenas a incerteza.
Não olho o sol, pois só tenho olhos para a escuridão da noite.
Nem um sorriso me aquece a alma.
Minhas lágrimas já não bastam para aliviar meu coração.
Minhas poesias já não me fazem o bem que faziam.
E eu vou seguindo sem ao menos realmente conseguir prosseguir com meus passos lentos.
Solitário por natureza... eu caminho pelas incertezas da vida.
Caminho sem saber o que será de mim, de meus sonhos e de minha torpe existência.
Como barata tonta perdida num labirinto, nem sei mais o que sinto.
Perdido em meus pensamentos e tormentos.
Mas, solitário por natureza, eu caminho pelas incertezas, sem saber se sobreviverei o dia de hoje ou de amanhã.
Sem quase nada, sem esperança, caminho sem nenhuma perseverança.
Eu caminho apenas por caminhar.
Tonto, perdido, solitário por natureza, jamais nesse mundo enxergarei alguma beleza.
Porque não há beleza num mundo que lhe tira o chão e que lhe nega o direito ao pão, meu irmão.
Não, não há beleza na necessidade.
Não, não há beleza na injustiça.
E não, não há beleza na desigualdade.
Mas, eu continuo a caminhar.
Sim, vou seguindo apenas por seguir, sem ao menos realmente conseguir prosseguir.
Porque não há beleza num mundo que lhe tira o chão e que lhe nega o direito ao pão, meu irmão.
Não, não há beleza na necessidade.
Não, não há beleza na injustiça.
E não, não há beleza na desigualdade.
Então, eu vou caminhando, apenas por caminhar.
Solitário por natureza... vou persistindo sem ao menos nesse mundo encontrar qualquer beleza.
Porque não há beleza num mundo que lhe tira o chão e que lhe nega o direito ao pão, meu irmão.
Não, não há beleza na necessidade.
Não, não há beleza na injustiça.
E não, não há beleza na desigualdade.
Não, nunca haverá beleza na maldade desse mundo.
Não, não haverá: jamais haverá qualquer beleza nesse mundo, jamais.