Estranhos.
Estranhos.
E então...
Deixamos secar o coração.
Faltou regar nossos momentos
Com a leveza da emoção:
Um abraço apertado...
Um beijo desinteressado...
Um elogio inesperado,
Um simples afago,
Uma flor...
Gestos indispensáveis ao plantio do amor.
Tristemente o coração definha
Invadido pelas ervas daninhas
Da rotina, da mesmice e da solidão.
E então...
Nos encontramos inertes,
Sentados frente a frente
Como dois estranhos.
Dois idiomas diferentes.
E o silêncio é tão intenso, tão pesado,
Que sem pedir licença
Vem sentar-se indiferente ao nosso lado.
E seguimos assim em torturante rotina,
Como se fora destino, carma ou sina,
Sem coragem sequer para mudar.
“Jogar tudo pro alto”...
E recomeçar.
Nilda Dias Tavares.
Quarto lugar no VII Concurso Literário Poesias Sem Fronteiras.
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