Dois cálices, o vinho derramado

A luz que iluminava a sacada, vinha do luar.

No rádio tacava uma canção antiga

que falava de amor.

Em uma mesa posta para dois

as velas queimaram deixando

um cheiro de fumaça no ar.

Dois cálices e o vinho derramado sob a toalha

da mesa denunciava um momento de desespero.

Um vulto vagava pela sacada deixando

os passos sentirem todo o peso da dor.

Da desilusão...

A canção que tocava falava-lhe direto ao coração.

Mas, não acalentava a dor do abandono.

Vez ou outra uma lágrima descia pela face.

Chegava a ser um cenário surreal.

Saído de dentro da imaginação de quem observava.

O vulto às vezes sumia.

De repente aparecia com a aparência mais abatida.

Tinha a noite como testemunha da sua dor.

Jacinta Santos

25/01/2012

Jacinta Santos
Enviado por Jacinta Santos em 25/01/2012
Código do texto: T3461547
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