O medo do sono
Hoje não posso dormir
Há dias que sonho com isso
Que no dia de hoje, bem preciso
Se durmo, não mais volto aqui
Hoje preciso ficar...
Atento, e se o sono chegar
Aguento! não vou desabar
Eu temo o vazio me tomar...
Hoje o sono me assusta
Me troca a calma por angustia
Meus olhos fecharão para sempre
E do mundo saio de repente
Porém me acalmo,
Quando penso no mundo
Que tantos que sofrem, no fundo
Queriam este momento tão raro
Mas morrer dormindo é vitória
É o cosmo te poupando da inglória
Pois, aos seres, a dor é o vapor
Que alimenta a alma em um clamor
E assim devo por isto estimar
Pois morrer dormindo é ganhar
Da existência um alívio tardio
Ao invés de um "nascer" doentio
Assim, não temerei mais apagar
Pois como Nietzsche
Em um louco sonho me dizia:
A Morte é só dormir, sem sonhar...