"Se eu morresse amanhã"
Encontraria ao menos no meu velório
Os sons suaves da lira
Haveria saudades em seus olhos
Nas lágrimas da mentira?
Quantas tristezas vejo
No meu amanhecer
O céu ficaria nublado?
O tempo... Nuvens escuras, o chover!
Que nuvem negra!
Nesta natureza que vivi
Aqui! Vim, vi e não venci!
Perdido na solidão eu morri
Hoje, neste caixão
Somente os sonhos que sozinho sonhei
O desprezo, a dor
Que deste mundo levei.
Que ilusão! Que céu nublado!
Que silêncio profundo!
A natureza em grande canção
Sabedora que foi poeta
Mais viveu na solidão
Na lápide em minha paz:
Foi poeta, amor e não foi amado e por este amor, aqui jaz.