QUEIXAS... MADEIXAS...


As pessoas são assim:
Quando chegam
nem dão sinal
daquilo que pregam...

Não pedem licença,
não batem à porta,
mas, vêm, enfim,
molhando-nos a horta...

Deixam desequilibrada
e até a alma entorta...
Mas, quando bem querem
batem em retirada...

(Gentinha calhorda!...)

Deixam no lugar, a nostalgia,
no mínimo, uma página mal virada
de uma dolorosa inspiração,
que há de se tornar poesia...

E uma patinha quebrada
na base do coração,
tala e gesso apóiam cada passada...
Desrespeito exemplar à emoção!

Dormem no melhor, ao nosso lado...
Comem, bebem do bem bom,
o nosso vinho envelhecido e encorpado,
com aquela farofinha misturada com ensopado.

(Gastronomia de bom tom!)

Ou ainda que seja faisão,
ou esturjão com sua ova,
bem temperados...
anunciando um pé na cova.

Jamais lavam os pratos,
para não estragarem as unhas...
É tudo um povo ingrato
Fica só a solidão,
que encerra muitas queixas
acrescidas às “mumunhas”
e a lembrança de madeixas...
Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 14/01/2012
Reeditado em 14/01/2012
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