Tão só... e sem ela
Eu saio na noite sem lua e adentro minha pior madrugada...
das estrelas não quero mais seguir o brilho,
e esse caminho tão triste, pelo qual ainda trilho,
talvez, novamente, me leve à nada...
gosto de viver minhas ilusões intensamente,
quando sou eu quem mais se ilude...
minha realidade não é muito convincente,
porque pelo meu amor fiz tudo o que pude...
aquela que mais me teve é a que menos me quer,
e desconsidera minhas atitudes e valores...
o que fazer pra conquistar essa mulher,
que, hoje em dia, não vê mais beleza em flores?
Anoiteço em mim todas as esperanças.
Mais uma vez ela se recusa a me entender.
Não faz idéia de como são difíceis as mudanças
e daquilo de que independe o meu querer...
me acusa o tempo todo de traição,
não aceita que escrever é minha necessidade...
me disse que eu sou uma ilusão
e que estou completamente fora da realidade...
a distância me fez pensar nesses dois mundos:
o que eu pinto de cinza e o que ela diz que é rosa...
em palavras simples vão meus sentimentos profundos,
mas ela diz que minha poesia é mera prosa...
seu silêncio me atira nas profundezas
das insônias de tantas noites mal dormidas...
essa mulher levou consigo minhas certezas
e deixou-me situações mal resolvidas...
nosso leito está vazio...
minha poesia, repetitiva e vaga...
aquilo o que mais adio,
talvez essa noite me traga...
alguma solidão...
parcos pensamentos...
outra decepção...