Tão só... e sem ela

Eu saio na noite sem lua e adentro minha pior madrugada...

das estrelas não quero mais seguir o brilho,

e esse caminho tão triste, pelo qual ainda trilho,

talvez, novamente, me leve à nada...

gosto de viver minhas ilusões intensamente,

quando sou eu quem mais se ilude...

minha realidade não é muito convincente,

porque pelo meu amor fiz tudo o que pude...

aquela que mais me teve é a que menos me quer,

e desconsidera minhas atitudes e valores...

o que fazer pra conquistar essa mulher,

que, hoje em dia, não vê mais beleza em flores?

Anoiteço em mim todas as esperanças.

Mais uma vez ela se recusa a me entender.

Não faz idéia de como são difíceis as mudanças

e daquilo de que independe o meu querer...

me acusa o tempo todo de traição,

não aceita que escrever é minha necessidade...

me disse que eu sou uma ilusão

e que estou completamente fora da realidade...

a distância me fez pensar nesses dois mundos:

o que eu pinto de cinza e o que ela diz que é rosa...

em palavras simples vão meus sentimentos profundos,

mas ela diz que minha poesia é mera prosa...

seu silêncio me atira nas profundezas

das insônias de tantas noites mal dormidas...

essa mulher levou consigo minhas certezas

e deixou-me situações mal resolvidas...

nosso leito está vazio...

minha poesia, repetitiva e vaga...

aquilo o que mais adio,

talvez essa noite me traga...

alguma solidão...

parcos pensamentos...

outra decepção...

SATURNO
Enviado por SATURNO em 11/01/2007
Reeditado em 25/07/2013
Código do texto: T343611
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