SÓ
Minha solidão é construída no imo de teu silêncio
Nos teus faiscantes mistérios em si adormecidos
Onde me perco em minhas susceptibilidades
No opúsculo onde se esconde minha saudade
Que me deixa cônscio de minha insignificância
Envolvido pela inércia que me aprisiona
No turbamento desta minha ascendente monofobia
Aspergida dessa presença em meu ser tatuada
Na exegese de tuas intempestivas entrelinhas
Acaricio o evanescente fantasma de mim mesmo
Assim tocando a fonte presípua de tuas dimensões
Para desvendar a salacidade de meus imbecis erros
E penetrar o princípio de tua impenetrabilidade
Tentando desvendar o momento do descenso
Criador do abismo a separar-me de meu sonho
Pois és clarabóia a iluminar minha existência
Sem a qual se torna monocromático meus dias
Jogando-me no limbo de tua itinerante ausência
Onde forjei tudo o que venha ser meu futuro
Sem atentar para essas obnóxias vontades
E o clamor retumbante de meu apaixonado coração