Solidão

Quero afagar seus cabelos negros só mais uma vez

E sentir o perfume que exala de você

Como rosas negras prontas para ferir o próximo coração

Sem misericórdia nem lamúria

Como uma punhalada pelas costas.

Quero beijar seus lábios e sentir o gosto da morte novamente

Aquela morte fria e lenta que sobe pela minha espinha e paralisa meus nervos

Gelando até mesmo a minha alma sombria.

Quero sussurrar no seu ouvido as palavras doces e perversas

Que me foram roubadas em uma era de morte e trevas

Quando a conheci e a roubei para mim.

Mas agora estou sozinho

No mais profundo silencio do meu quarto

Só eu e a solidão

Que desde então caminha ao meu lado.

Minha amada e mórbida solidão.