DOS DIAS QUE PASSAM

E eles passam,

Passam sem que eu veja,

Não passam devagar.

E como em um minuto, vejo outro dia nascer.

Enquanto conto meus sonhos,

Para um maço de cigarros,

Beijo a borda de um copo de um whisky barato.

Os outros se foram,

Meus amigos,

Nem sei onde andam,

Como se chamam,

Me esqueço a cada dia de seus rostos.

Acontece, é que, não estou sozinho,

As lembranças de quem eu fui, e sou,

Me cercam, me acompanham,

E me impedem de ser mais afável,

E reatar laços antigos,

Dos quais sinto nostalgia.

O culpado sempre sou eu,

Pelo que aconteceu,

Acontece, acontecerá,

E até mesmo o que deixará de acontecer,

Por me julgar superior,

Eu, um telespectador,

Exime da vida que passa diante de mim.

D Mork
Enviado por D Mork em 01/01/2012
Reeditado em 04/01/2012
Código do texto: T3417137
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