Vício
Eu não quero dizer nada. Absolutamente nada.
Situo-me, ao acordar.
Coloquei o relógio para despertar às seis horas da manhã de algum sábado.
Entre os cantos da sala, à esquerda guardava a solidão e à direita os amigos feitos de passado.
E a rosa em cima da mesa se desfolhou.
E tudo é ruído e olhos parados.
E assim – caminhando, caminhando – buscamos um apartamento, uma profissão, um carro, algumas roupas e, se sobrar tempo, um amor.
E buscamos – e é preciso – os motivos do riso e do pranto, como se viciássemos em qualquer sentido ou em qualquer droga.