Espelho

E assim, entre subterfúgios, me calo.

O espelho me revela - em meio ao caos e ao cotidiano - a cinza imagem

[de um velho feito de passado e de turvas ilusões.

Achava-me pela manhã a caminhar e observava a cidade que se apresentava

[arrogante e orgulhosa – me fiz em lágrima.

Meus lábios se oprimiam – o tempo parada entre os dentes - e tudo em mim

[é feito de instante e de pessoas vazias como eu.

E assim o tempo – é em mim a realidade uma mescla de sonhos – me ensinou

[o excesso como complemento do vazio – me fiz em medo.

Meus olhos se oprimiam – ciciava-me a noite o amanhã – e sobre a rua

os gritos, os carros, as pessoas, a cidade – me fiz em caminhada e por onde passo é adeus.

Gabriel Furquim
Enviado por Gabriel Furquim em 20/12/2011
Código do texto: T3399222
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.