Solitude
Amei no extremo, entre o corpo e a alma,
Busquei na ilusão do conto meu futuro, fui austero quando devia ser imprudente.
Fui contido em minhas decisões não me permiti mudar ante a felicidade que moldava teu semblante. Mesmo quando teu riso penetrava em minhas entranhas e me traziam a tona os desejos.
Lembro-me de cada instante, de cada gesto, de cada fase de teu rosto, dos milésimos de momentos, das lágrimas incontáveis que rolavam por está face hoje já não tão juvenil.
Das certezas que tenho, o tremor do corpo é minha denúncia, a gaguez é meu temor, não posso deixar que tudo seja dito para que o amanhã seja sempre esperança.
Desta fez não mais pedirei; seu pudor é maior que nós, e mais uma vez são os olhos que nos aproximam e o tempo que não nos deixa unir.
Resta à lembrança como um fio de cabelo perdido entre o céu e a terra, fica a solidão depois da despedida que não era a máxima vontade, fica a angústia dos lábios que sorviam a vontade de um beijo que se acalentavam nas palavras da outra parte da alma.
E na intensa luz do sol seu corpo se despedia em meu horizonte enquanto meus olhos marejados traiam a soberba rocha da ilusão.
Danilo Barros. Outono de 2010.