Ela me Põe no Divã
Não quero o psiquiatra.
Não quero o psicólogo.
Não quero o divã.
Não quero o prozac.
Muito menos o lero-lero
dos esotéricos
oportunistas,
esquizofrênicos
e lunáticos.
Quero as neuras – tão minhas.
Quero a loucura – tão divertida.
Elas são as damas de honra
que antecedem,
que salpicam de pétalas,
que pré-anunciam,
que colore,
a minha amarga vida
e doce Poesia.
Deusa
que vem a mim,
me beija,
me abraça,
me consola,
me arrebata,
me faz a todos mostrar meu interior,
me faz ter asas,
me torna anjo,
me liberta
em prazerosa surtação
(passaporte do romântico para o pós-moderno).
Poesia,
companheira,
amiga sincera,
minha analista,
que só a SOLIDÃO criativa permite.
L.L. Bcena, 25/08/2000
POEMA 621 – CADERNO: INSTANTES.