Um sopro de mim
Sou uma folha em branco esvoaçando ao vento.
Subo ao céu numa golfada de ar,
Desço a terra num sopro angelical.
Sou a tinta borrada no papel umedecido.
Sou o giz molhado que a criança risca na calçada e que escorre durante a chuvarada.
Sou o orvalho da manhã que pinga de folha em folha.
Sou a lagarta que em seu casulo se transforma em borboleta.
Sou o calor que sentes em tua pele.
Sou o rio que corre vagaroso e vira forte cachoeira.
Eu sou parte da vida que não pára, pois a vida é uma linha que vai se desfazendo aos poucos,
Assim como o tricô que minha avó desmancha.