Tanto Faz.
Às vezes sinto a necessidade de gritar, então, eu grito, mas não sei aonde os ecos vão.
Às vezes eu choro, sem saber aonde irão desaguar meus sentimentos.
Vejo os dias tristes, vazios, importunos, como meu silêncio.
Vejo uma alma sendo sufocada por um pacote que se chama mundo.
Vejo uma carne que implora para algo que mora no céu.
Vejo a escuridão como minha fonte de luz.
Estou trancado, não tente entrar. Talvez eu queira mesmo é ficar só.
Pois sempre que quero ficar acompanhado, tenho com o medo dos ruídos e dos frutos mal colhidos.
Pareço um sei lá o quê, um não sei que lá; um seja lá o que for.
Tanto faz...
Vejo os traços mal acabados da minha formação, e isso me faz trastejar.
Feito um violão desafinado, feito um mal feitor com a arma na mão,
Eu não sei mais para que caminho minhas pernas irão se guiar;
Já que elas vão sozinhas, autônomas, sem alma...
Tanto faz.
Renato F. Marques