Espelho...
 
Meu Deus, o que eu fiz?
Tocam meus dedos trêmulos,
Nesta folha, outrora tão branca, puro giz,
Sulcos profundos que sangram...
Palavras soltas á esmo, sob o calor do momento,
- Que mesmo com um não querendo,
Machucam, queimam como um ato contiguo á solidão, ao medo...
-E quanto falam... - Pelos cotovelos, desfraldando meus segredos...
Mais uma poesia de desespero? – Nem tanto, nem menos...
Mas, sim um espelho, que equilibra-se em inseguros dedos,
A refletir minha face... Olhos embaçados... Sonhos desfeitos...
-Um espelho, que se cair ao chão não estilhaça...
Pois mostra uma sensação que não passa,
Nem sofre a ação do tempo!
 
Edvaldo Rosa
www.sacpaixao.net
23/11/2011