ALMA ATORMENTADA!

Quem sou?

Para mim mesmo

E para os outros?

Tenho tantas palavras

Tantas informações em meu ser

Mas não consigo me definir.

Não tenho um amor verdadeiro

Ou tenho e maltrato.

Não ando de mãos dadas pela rua.

Não tenho sorrisos em meu rosto.

Não rio compartilhado.

Não me torno moleque, criança

Ao estar ao lado de alguém que me quer.

Caminho tanto e estou sempre só.

Ao amor que me dedicam

Fecho os olhos e não permito

Se concretizar com felicidade,

Para nenhum dos dois.

Coloco mágoas e mais mágoas

No coração apaixonado

Que me ama

Que me busca

Que quer estar perto

Alegremente

Com o prazer de estar junto.

Firo com meu silêncio

Com minha distância

Com meu desapego e descuido.

Então como posso esperar

Algo bom, feliz, para minha alma?

Solitária

Carente de afeição

Tanto dando como recebendo.

Sofro decepções

Mas não consigo perceber

Que as causo também

Com meu jeito de ser

Tão particular e impenetrável.

Segredos que me tolhem

Me inibem, me fazem uma incógnita.

Aquela alma generosa e paciente

Que apareceu na minha vida

Que não perde o entusiasmo

De me ter perto e presente

Um dia cansará de sofrer e esperar

Uma demonstração de carinho e afeto.

E quando eu me der conta

Do descaso escancarado

Que tenho cometido,

Essa alma já estará esvaziada

Do amor, do sentimento a mim dedicado.

Então, enfim reconhecerei

O amor que um dia tive,

Com a intensidade de ser verdadeiro.

Que por orgulho, não concedendo espaços

Em meu coração fechado, lacrado

Deixei escapar.

Aí só chegarão a mim nesse dia reflexivo

As lágrimas, a tristeza

Que por vários momentos provoquei.

Preciso urgentemente me descobrir

Saber o que quero para mim.

Abrir meu coração,

E me deixar levar por tudo

Que Deus e o mundo tem me oferecido.

É hora de despertar

Antes que a idade avance

Que tudo ao meu redor

Se torne, sem volta

Só lembranças do que não fui

Feliz, Amando e sendo Amado!

Irene Freitas

20/11/2011

irenefreitas
Enviado por irenefreitas em 20/11/2011
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