MEDO (de: Luciane A. Vieira – 20/03/2011 – 00:09h)

MEDO (de: Luciane A. Vieira – 20/03/2011 – 00:09h)

Tenho medo:

Da chuva de ignorância a impregnar a pele...

Do tempo passado sem seguir em frente...

Da ignomínia bravata dos afetos inseguros...

Do sol nublado pela inconstância de sua lua...

Do ser sem ardor a espancar o coração

Daqueles a lhe dedicar afeto seguro...

Do sereno gélido existente na corola de uma flor,

Singela dor, na pausa irrequieta e insegura,

De uma nota engasgada na voz rouca e calada...

Deu medo:

Quando senti que o céu se abria chamando, mas

O inferno persistiu em manter-me cativa...

Quando após a treva abriu-se cega luz, mas

Persistiu o breu ao olhar...

Quando tudo se escondeu no interior do ser

Mas ainda era alva estrela a permear o

Céu da visão...

Da calva ilusão presente no chão

Chamuscado pela centelha ígnea de um som,

Um tom claudicante de emoção e de vida,

Erradicada ferida,

A se perder na aurora tardia...

Mas ainda tenho em meu seio muito afeto,

Emoção que não se acaba,

Semente a brotar da flama de um sentido

A se fazer véu transparente de paz

No emaranhado ardente de sonhar e

Viver no segredo insano mas palpável

Do receio de sentir a cada minuto

A insegurança de não entender o destino

De um sentimento dominante e preciso

Repleto de carinho...

Apesar do medo de errar...