O Entendiado.

Deitou-se sem saber se acordaria.

Levantou-se sem saber o que faria.

Era o próprio tédio em pessoa.

Era a própria pessoa entediada.

Vasculhava gavetas e armários, mas só achava o vazio.

Arrumava algo para fazer, mas tudo já estava feito.

Deitava para tentar dormir para o tempo passar, mas não conseguia.

Era o efeito da cafeína, era a Dona Insônia que passava aspirador na matina.

Ligou o som, só que as músicas não sintonizavam, apenas chiava com seus argumentos.

Olhava ao espelho e os espelhos o olhavam, mas nada lhe resolvia, apenas o irritava.

Pulava, puxava o cabelo, babava no travesseiro, mas nada passava.

Renato F. Marques

Renato F Marques
Enviado por Renato F Marques em 16/11/2011
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