FIM...
Aproxima-se o abismo da solidão
E nada é como sempre pareceu ser
No desfiladeiro do verdadeiro amor
Estamos sempre a um passo da queda
Mas insistimos em não querer saltar
Preso a esperanças agora já vãs
Acorrentados aos nossos íntimos desejos
Lutando contra todas as impossibilidades
Ferindo-se ainda mais por não aprender a ser só
E redescobrindo as feridas feitas pela entrega total
Que fazer quando vemos ruir tudo o que nos acalentava
Desfazer-se em nada um mundo de desejos e vontades
Ah... O amor sabe ser cruel quando instigado ao fim
E no vácuo de tua inexistência o que soçobra é a dor
O lamento solitário de noites e noites insones
O delírio que querer reviver o que jaz em ti há tempos
Como se tua presença consegue essa onipresença
Se o que mais desejo no momento era não ter desejo
Como se faz para sanar a indiferença predatória
Mas tudo tem seu preço em teu exato momento
E espero não ser imortal essa metamorfose em mim
Que transforma essa dor em gotículas de sonhos
O sonhar em acordar e descobrir ser apenas um pesadelo
Ou dar-se conta que não há mais razão para a entrega total
Pois morre o amor em meio a modernas e supérfluas relações