Na masmorra do meu coração

Estou com frio, me aqueça

Está escuro, cheira mal e não consigo dormir

Não sei se é dia ou se é noite

Estou sangrando pelos açoites, não me posso suprir

Ouço passos do outro lado da porta

Chegam perto e se vão à outra direção

Não sei onde me encontro, ‘stá frio, medo, escuro

E eu te conjuro, salva meu coração

Sinto umas gotas caindo sobre mim

Parece água, mas não cheira tão bem

Hum! Tem gosto de sangue, sangue?

Acima de mim, sangra alguém?

Faz-se triste meu negro leito

Ameaçador e também surreal

Nada mais faz sentido sem poder te abraçar

Não mais, não... Eu ‘stou angustiado, estou mal

Clau... sura é minha sina sem ter teus carinhos

Dia a dia nessa amarga solidão

Te buscando nas minhas loucuras, cheio de agruras

Amo, amo-te com tanta devoção

Acho que estou no profundo da terra

Creio que deve ser em algum porão

Sem janelas, apenas a porta por onde entra o carrasco

Na masmorra do meu coração

Acho que estou me esvaindo aos poucos

O sol já não faz sentido

Nem a lua, nem as estrelas

Nada mais alumia

A vida se tornou vazia

Eu me tornei uma besta enjaulada

Certamente que não correras em meu socorro

E dessa vida morro aos poucos, com a’lma por teu amor enclausurada

"Nessa poesia eu desenho o nome da alma que amo. Evidentemente, de forma bem velada, mas creio que há quem perceba. É como o suicida que deixa sinais de sua loucura anunciando e pedindo ajuda. Aqui retrato o que sinto e numa estrofe eu dou a síntese da minha ânsia de amar"

FidelisF
Enviado por FidelisF em 10/11/2011
Reeditado em 12/11/2011
Código do texto: T3328471
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.