AMARGURA? (Luciane A. Vieira – 11/02/1992)

AMARGURA?

(Luciane A. Vieira – 11/02/1992)

Tão fétidas são as amarguras que não sei como curá-las,

Como menti-las ou subjugá-las.

São montes instáveis de recordações,

Monstros vagueando infernais ( são aqueles das verdades...)

Temíveis, insatisfeitos com a falsa vitória...

Eu os escondo quando canto, quando me fantasio ou me consumo...

Consumir como?...

Como espectadora dos sonhos...

Como participante dos sonhos...

Como subjugada pelas trevas...

Pesadelos esses não só do passado,

Mas algo que enegrece o presente,

Desespera a vida, entontece a razão...

Estou só em minha casa...

Ninguém me perturba... Somente

A solidão presente em cada instante,

Instaurando em meu peito o anseio

Talvez da morte...

Tenho medo dela, mas a ela persigo...

A cada dia mais forte essa sensação...

A cada dia mais triste essa emoção...

As vitórias são tão poucas

As crises de insatisfação tão loucas

Que não sei sequer como fazer

Para desfazer a tentativa

Da solidão...