SILÊNCIO... VESTE-TE!

Conheço muito pouco de mim… quando estou feliz.

Conheço muito de mim… se mergulho em teu egoísmo.

No teu sádico grito. No teu cinismo.

Queria ser muda… Até fico.

Não… Deixa-me.

Mas queria ser… O silêncio absoluto.

O silêncio também grita.

O silêncio é açoite.

O silêncio veste branco… calmaria.

O silêncio veste noite… solidão.

O silêncio veste cores.

Muitas cores… se opção.

Conheço muito pouco de ti… quando estás feliz

Conheço muito de ti… se mergulho em mim.

Ah… como te mostras…

Basta que mergulhe eu em mim.

Na minha existência únicamente minha.

Onde não te cabe. Onde nem me cabe.

Eu não caibo no mundo. Não no teu.

Você cabe. No meu. Não é assim?

Transitas. Te arrumas. Falas e silencias.

Ditas. Até onde eu permití-lo. Saibas já.

Não. Hoje… eu não caibo no mundo.

Não no teu. Resolvi que também não cabes no meu.

Só caibo no silêncio que açoita-me hoje.

E tu? … Em nenhum lugar meu.

Quero brindar a isto!

Embriagar-me do gosto dos beijos de outrora!

Silêncio. Não te mostres… por favor.

Deixa-me mergulhar em mim mesma.

Deixa-me na minha ausência de paz.

Deixa-me na minha costumeira paz.

Ela é confortável… já estou habituada.

Meu lugar sempre comum. Onde choro. E oro.

Vá sorrir… cantar… dançar… enlouquecer em paz!

Procura um mundo… Vá!

Contemplo-o de longe. Com o teu carnaval fora da época.

Fantasia bonita a tua… Mas poderias trocá-la de quando em vez.

Assisto-o a passar… Mas deixa-me silenciar o meu silêncio.

Deixa-me no meu mundo. Qualquer forma de silêncio.

Conheço muito de mim… enquanto passas.

Conheço muito de ti… enquanto passa.

Passas.

Karla Mello

Novembro/2011

Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 09/11/2011
Reeditado em 09/11/2011
Código do texto: T3325693
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