Solidão abstrata
A solidão do céu azul
se sombrea pelas nuvens
que vem e vão
de norte ao sul.
Um olhar de espanto e dor
contornam o arco-íris
que de faixa em faixa
se descobre uma cor
chamativa e luziada
pelo sol que brilha
fitando os olhos negros
que só se desfarçam
se acomodam nas nuvens
desenhadas pelo vento
que pesado e compactante
se depara com a noite
e se esconde atrás da lua
linda dama
quieta e nua
se abre em palavras abstratas
sinais de vertigens
sobre areia molhada
onde a sereia de deita
depois das nervosas ondas
que no caminho se transformaram
em brumas na bera da praia
que de dia se tem a noite
e de noite se tem o dia
do sol que arde e queima
e da lua que que não faz desfeita
o belo momento de dois seres
que se faz assim
tantos quereres.