A UMA MULHER 2

Não quero ter novamente os teus beijos,

Em um sonho doente, amargo, silicioso,

Porque tens luz gélida, pálida e clorótica,

Mas a tua tentação de vago retrospecto

Agitou-me os sonhos e minha mortal cabeça,

Ofuscando-me do pensamento, o meu desejos

Sacro-santo.

Mas surgistes dos mistérios da luxuria,

com apenas, o desejo de possuir-me, até que eu faça

fluir a tua essência sacro-nirvanesca e sombria.

Sei que os teus olhos mostraram-me,

Pesadelos ruins da sinistra sereia que tu és,

Vi novamente a tua atual formosura destronada,

Estando tu presa, sem ar, sem sol, crepusculada,

Foste brancura imortal de lua nova,

Eras talvez o encanto mas picante,

ou a flor mas perigosa já florescida.

Mas os fulgores glaciais que derramastes outrora,

Como turbilhões, por entre as estrelas passou-se

No celeste espaço,

E tudo adelgaçado no esquecimento ficou á delirar

Nas sombras sinistras do inferno.

Samuel Paulino

samuel paulino
Enviado por samuel paulino em 08/11/2011
Reeditado em 28/09/2016
Código do texto: T3323716
Classificação de conteúdo: seguro