A UMA MULHER 2
Não quero ter novamente os teus beijos,
Em um sonho doente, amargo, silicioso,
Porque tens luz gélida, pálida e clorótica,
Mas a tua tentação de vago retrospecto
Agitou-me os sonhos e minha mortal cabeça,
Ofuscando-me do pensamento, o meu desejos
Sacro-santo.
Mas surgistes dos mistérios da luxuria,
com apenas, o desejo de possuir-me, até que eu faça
fluir a tua essência sacro-nirvanesca e sombria.
Sei que os teus olhos mostraram-me,
Pesadelos ruins da sinistra sereia que tu és,
Vi novamente a tua atual formosura destronada,
Estando tu presa, sem ar, sem sol, crepusculada,
Foste brancura imortal de lua nova,
Eras talvez o encanto mas picante,
ou a flor mas perigosa já florescida.
Mas os fulgores glaciais que derramastes outrora,
Como turbilhões, por entre as estrelas passou-se
No celeste espaço,
E tudo adelgaçado no esquecimento ficou á delirar
Nas sombras sinistras do inferno.
Samuel Paulino