Caos da alma
As sombras escondem olhos que espreitam,
desconfio de meus passos, desconfio de seus passos,
alguém me segue, alguém me observa,
tudo queima ao meu redor, tudo é um jogo,
as palavras embaralham-se em uma cruzada,
as imagens estão desfocadas no outdoor da vida,
todos gritam e alimentam os loucos sem alma,
tudo é caos e perdição, nada é perdão ou redenção...
.
A tempestade não apaga os incêndios da solidão,
as noites caem na imensidão de uma existência melancólica,
alguém escreve em um papiro o segredo de um coração partido,
não há mais amor, só há dor, tudo é desespero,
sonhos e pesadelos confundem-se na insônia da madrugada,
todos procuram a salvação em crenças egocêntricas,
tudo é caos e desolação, nada é esperança ou recomeço...
.
A dor se instaura como um anestésico das emoções,
corre pelas veias na ebulição de sentidos ignorados,
alguém chora o passado de sua angústia ressentida,
não há mais alento, só a inconstância do tempo,
a agulha arranha o disco do The Cure na algazarra da boate,
todos balançam seus corpos em busca do extravazamento,
tudo é caos e delírio, nada é cura ou pacificação!