NÓ GÓRDIO

Nesses instantes incomunicáveis

Aonde o distanciamento reverbera

Em meu peito essa agonia a me locupletar

Mesmo sem querer tens a minha aquiescência

Quando atingido pelo petardo do vão ciúme

Com ele não sou de forma alguma condescendente

Na ânsia de fazer tudo o que mais lhe apraz

Nas amarras do tempo da distância e toda inércia

E em tal situação me falta o infalível nó górdio

Mas não consigo com tal situação contemporizar

E precipito perdido em meu próprio auto-engano

Por onde toda minha solidão em mim mesmo grassa

Não digo isso como forma de condescender a minha pieguice

Mas tento desintegrar a tristeza em mim até o arrebatamento

E rego meus sentimentos para não sentir do amor á aridez

Mas sabendo que sou de teu chão o mais ingênito autóctone

E sinto medo em pensar em um dia nesse solo sagrado perecer

Pois tenho consciência de ser você meu verdadeiro fanal

Talvez a culpa seja mesmo por conta desta minha incúria

Mas minha vontade faz com que esse amor se aformosear

E busco a todo o momento essa felicidade com todo meu denodo

Para livrar meu querer desses lúgubres caminhos enviesados

E fujo então desse constante e claudicante torpor

Ainda que seja através de uma solitária e irrepreensível lágrima

Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 01/11/2011
Código do texto: T3311336
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