NÓ GÓRDIO
Nesses instantes incomunicáveis
Aonde o distanciamento reverbera
Em meu peito essa agonia a me locupletar
Mesmo sem querer tens a minha aquiescência
Quando atingido pelo petardo do vão ciúme
Com ele não sou de forma alguma condescendente
Na ânsia de fazer tudo o que mais lhe apraz
Nas amarras do tempo da distância e toda inércia
E em tal situação me falta o infalível nó górdio
Mas não consigo com tal situação contemporizar
E precipito perdido em meu próprio auto-engano
Por onde toda minha solidão em mim mesmo grassa
Não digo isso como forma de condescender a minha pieguice
Mas tento desintegrar a tristeza em mim até o arrebatamento
E rego meus sentimentos para não sentir do amor á aridez
Mas sabendo que sou de teu chão o mais ingênito autóctone
E sinto medo em pensar em um dia nesse solo sagrado perecer
Pois tenho consciência de ser você meu verdadeiro fanal
Talvez a culpa seja mesmo por conta desta minha incúria
Mas minha vontade faz com que esse amor se aformosear
E busco a todo o momento essa felicidade com todo meu denodo
Para livrar meu querer desses lúgubres caminhos enviesados
E fujo então desse constante e claudicante torpor
Ainda que seja através de uma solitária e irrepreensível lágrima