Namorado reprimido

A rua adormecida sussurra aos ouvidos.

O sereno da noite toca os cabelos.

A camisola levemente acariciada pela brisa,

escondendo em sua transparência vis pensamentos.

Entre frutas e garrafas de água

a vida repousa desfalecida.

Anestesiada aos espinhos em seus pés,

e ao turbilhão que ali a jogou.

O que sentimos não é o bastante.

O que falamos não é o suficiente.

Garimpando, buscando tal complemento

entre as cinzas de tudo que vivemos.

Vagando enclausurados,

algemados aos pés de uma moralidade ditatorial.

Degraus cada vez mais altos.

Correntes cada vez mais apertadas.

Porém abaixo do sol matutino,

existe uma cela iluminada

pelos raios de uma nova oportunidade.

Em 30/03/2011

Gizely Amorim
Enviado por Gizely Amorim em 01/11/2011
Reeditado em 01/11/2011
Código do texto: T3310918
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.