Namorado reprimido
A rua adormecida sussurra aos ouvidos.
O sereno da noite toca os cabelos.
A camisola levemente acariciada pela brisa,
escondendo em sua transparência vis pensamentos.
Entre frutas e garrafas de água
a vida repousa desfalecida.
Anestesiada aos espinhos em seus pés,
e ao turbilhão que ali a jogou.
O que sentimos não é o bastante.
O que falamos não é o suficiente.
Garimpando, buscando tal complemento
entre as cinzas de tudo que vivemos.
Vagando enclausurados,
algemados aos pés de uma moralidade ditatorial.
Degraus cada vez mais altos.
Correntes cada vez mais apertadas.
Porém abaixo do sol matutino,
existe uma cela iluminada
pelos raios de uma nova oportunidade.
Em 30/03/2011