Solidão
Já não me reconheço
Nessa solidão.
Não existe nada
Dentro de mim,
Apenas vultos
Que me rondam.
Minha lágrima é enregelada.
Ela se transforma em gelo.
Vivo na Era Glacial.
Minha cabeça não está
Mais nessa terra
De miseráveis.
Só permaneço em pé,
O meu espírito
Jaz na terra maciça.
Estou cansado
Dos julgamentos
E das críticas
Dos meros pecadores.
Não sei andar à cavalo,
Por enquanto não morrerei
Como Álvares.
Sou como um abantesma
Ninguém me vê,
Ninguém percebe.
O meu único amigo
É o vento, que apenas
Sussurra no meu ouvido.