Um vale escuro
Entrei sempre por esse vale escuro
Tentando não entrar
Me fazendo de amante, apaixonada
Mas indo cada vez mais pra lá
Pro escuro
O limbo
O nada
O nada que agora me acomete
É tão fatal quanto o sentir completo das coisas
E não sentir me mata aos poucos
E sentir tanto também me mata muito
Por que sentir uma falta que não me sentem?
Por que sofrer por quem por mim não sofre?
Não há por que
Mas há a ilógica da depressão.
É a treva.
O buraco negro.
O vale escuro
Por onde nunca quis andar.