Um vale escuro

Entrei sempre por esse vale escuro

Tentando não entrar

Me fazendo de amante, apaixonada

Mas indo cada vez mais pra lá

Pro escuro

O limbo

O nada

O nada que agora me acomete

É tão fatal quanto o sentir completo das coisas

E não sentir me mata aos poucos

E sentir tanto também me mata muito

Por que sentir uma falta que não me sentem?

Por que sofrer por quem por mim não sofre?

Não há por que

Mas há a ilógica da depressão.

É a treva.

O buraco negro.

O vale escuro

Por onde nunca quis andar.

Rebeca Mello
Enviado por Rebeca Mello em 23/10/2011
Código do texto: T3293726
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